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Leão de chácara
João Antônio
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"Um soco", já disse o crítico Leo Gilson Ribeiro sobre o vigor estilístico de Leão de chácara, comparando seu autor a Céline e Jean Genet, escritores que viveram no universo dos marginalizados e o transformaram em literatura. Publicado em 1975, é o segundo livro de João Antônio (1937-1996). Entre Malagueta, Perus e Bacanaço e este, o golpe de 1964 e a mudança do escritor para o Rio de Janeiro. Talvez por isso, nos três primeiros contos, ambientados na capital carioca, o estilo é mais incisivo, as gírias multiplicam-se e o enredo carrega mais violência. Com o mesmo espírito, e de forma ainda mais intensa, no famoso conto "Paulinho Perna Torta", que fecha o volume, o próprio personagem narra sua trajetória, de engraxate a rei da Boca do Lixo paulistana. |
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Malagueta, Perus e Bacanaço
João Antônio
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Livro de estreia de João Antônio (1937-1996), Malagueta, Perus e Bacanaço foi lançado em 1963 e tornou-se de imediato um clássico, na mesma linhagem de autores como Antonio de Alcântara Machado e Lima Barreto. Seus nove contos concisos e diretos, de tintas autobiográficas mas isentos de sentimentalismo, recriavam saborosamente o ritmo e o léxico da língua popular de uma São Paulo praticamente desconhecida pelos leitores — a língua do pé-de-chinelo que chuta tampinhas pela rua e joga sinuca nos botecos. Ambientado na capital paulista no final dos anos 1950 e início dos 60, por este livro desfilam pequenos funcionários, soldados rasos, camelôs, malandros e desocupados que, pelas mãos de João Antônio, entraram finalmente pela porta da frente de nossa literatura. |
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Quanto custa um elefante?
Marcelo Mirisola
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Em Quanto custa um elefante?, novo romance de Marcelo Mirisola, o alter-ego do escritor se manifesta novamente, e dá sequência ao conturbado relacionamento com a musa dos seus últimos dois livros, carinhosamente chamada Ruína. Aqui, Marcelo faz novo pacto com a literatura, onde o céu e o inferno acabam entrando em uma assincronia surpreendente, engraçada e às vezes até ameaçadora. Digamos que quem acaba ganhando com este curto-circuito é o leitor; o livro, além de entregar tudo o que promete, ainda dá carona numa Harley-Davidson improvável e fantasma, num passeio pela orla de um Rio de Janeiro apocalíptico que só podia existir mesmo na literatura do autor. |
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