Fúrio Lonza
288 p. - 12 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-478-4
2011
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Crossroads acompanha quarenta anos de vida de um rematado perdedor: um escritor que não consegue escrever, um revolucionário sem bandeira, um amante sem amor. Desde as barricadas inconformistas dos áureos 60 até o mingau pós-tudo dos 2000 - passando pelo chumbo dos 70, "o prenúncio da merda" dos 80 e yuppismo infantiloide dos 90 -, seu anti-herói sem nome atravessa um mundo de desilusões, levando uma suspeita por ritornello: a de ter feito negócio com o Cujo em alguma encruzilhada do passado. Mas, diferentemente do bluseiro Robert Johnson, que teria vendido a alma em troca do gênio musical, como supostamente narra em seu "Cross Roads Blues", o looser desta história não sabe o que recebeu do Maligno, embora confirme a cada passo o que lhe entregou: a felicidade no amor - e muito provavelmente a própria lembrança da transação.
Sem amor, nem memória, nem ciência do eventual dom - mas também sem o cinismo para "se dar bem" e "chegar lá" dispensando tudo isso -, o protagonista se esmolamba de déu em déu à cata de algum sentido para a própria existência. No percurso, passa em revista os sonhos e pesadelos de várias gerações, homenageando os caídos e fazendo graça com a própria desgraça, ao som e no ritmo do melhor blues & rock.
A narrativa de Lonza joga brilhantemente com as pautas do jornalismo gonzo e da moderna autoficção. Com algumas matreiras pinceladas autobiográficas, levará mais de um leitor a enxergar nesse quadro de mestre uma impiedosa autocaricatura.
Sobre o autor
Furio Lonza nasceu em Trieste, Itália, em 1953. Com cinco anos, mudou-se com a família para o Brasil, morando primeiro em São Paulo e, desde meados dos anos 90, no Rio de Janeiro. Estudou jornalismo e fez sua estreia na literatura em 1977, com os Contos de esquina. Seguiram-se treze outros livros, incluindo O que Molly Bloom esqueceu de contar (1987), As mil taturanas douradas (1994), O que é isso, maconheiro? (1998), Eric com o pé na estrada (2002), História impossível (2007) e Sturm und Drang (2010). Como jornalista, colaborou em diversas publicações e foi editor da lendária revista Chiclete com Banana, ao lado de Angeli e Toninho Mendes. Mais recentemente, escreveu uma série de peças de teatro, entre elas Patagônia, O Traficante e Jantando com Isabel.
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