Hervé Guibert
160 p. - 14 x 21 cm
ISBN 978-65-5525-184-5
2024
- 1ª edição
A imagem fantasma, de Hervé Guibert (1955-1991), um dos principais nomes da literatura francesa contemporânea e também fotógrafo profissional, entrelaça narrativas confessionais, crítica de arte, devaneios e teoria da imagem fotográfica, tecendo uma investigação poderosa sobre as múltiplas dimensões da fotografia e seus nexos com o corpo, o tempo, a beleza, o desejo, a escrita e a proximidade da morte.
Em mais de sessenta textos breves, repletos de afetos e insights, é também o autor que se desnuda, ao explorar os significados dos álbuns de família, das fotos de viagem, dos autorretratos — uma de suas obsessões —, bem como das imagens pornográficas, dos cartazes das estrelas de cinema, das fotos policiais e de outras modalidades da imagem, numa reflexão permeada de referências a obras suas e de outros fotógrafos, de Cartier-Bresson a Duane Michals.
Movido por um erotismo transgressor, presente também em Ao amigo que não me salvou a vida — livro de 1990, considerado precursor no gênero da autoficção e que o transformou da noite para o dia em celebridade —, Guibert combina em A imagem fantasma literatura e fotografia de modo extremamente original, questionando o que legitima e sustenta uma imagem, e inserindo-se numa linhagem de autores como Susan Sontag, Roland Barthes e André Rouillé.
Sobre o autor
Hervé Guibert nasce 1955 em Saint-Cloud, um subúrbio de Paris, numa família de classe média. Depois de fracassar duas vezes no exame de admissão para um curso superior de cinema, vive como jornalista freelancer escrevendo críticas para revistas. Em 1977, aos 21 anos, publica seu primeiro romance, La mort propagande, que antecipa muito de sua obra posterior ao combinar o confessional e o ficcional. Nesse mesmo ano, torna-se crítico de fotografia no jornal Le Monde. Em seguida, Guibert cumpre uma trajetória meteórica: escreve roteiros (como o do filme de Patrice Chéreau L’homme blessé, 1984, Prix César), romances (como Des aveugles, 1985, Prix Fénéon), peças de teatro, contos, artigos, ensaios, e fotografa intensamente, mantendo contato com grandes nomes da cultura francesa, de Roland Barthes a Isabelle Adjani. Em 1990, já portador do vírus da AIDS, publica o livro À l’ami qui ne m’a pas sauvé la vie, no qual descreve, sob o véu da ficção, os últimos estágios da doença que matou Michel Foucault ao mesmo tempo em que revela publicamente sua própria soropositividade. A obra causou escândalo e teve enorme sucesso. Entre julho de 1990 e março de 1991, Guibert registra cenas de sua vida cotidiana com o vírus para o filme La Pudeur ou l’Impudeur, sob sua própria direção, e cuja montagem é concluída pouco antes de sua morte. Em 12 de dezembro de 1991, tenta o suicídio com uma dose de digitalina e vem a falecer duas semanas depois.
Sobre os tradutores
Lucas Eskinazi, pesquisador e artista, nasceu no Rio de Janeiro em 1990. É mestre em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e atualmente cursa o doutorado na mesma instituição. Com Nina Guedes, traduziu o ensaio “Potências do falso” (Revista Ars, 2018), de Eric Baudelaire. Teve trabalhos expostos em São Paulo no Museu de Arte Contemporânea da USP, no Instituto Moreira Salles, no Centro Cultural São Paulo, e vem participando regularmente de festivais de cinema como a Mostra Tiradentes e o Festival Ecrã.
Nina Guedes, artista plástica e tradutora, nasceu em São Paulo em 1993. É formada em Artes Visuais pela Villa Arson (École Nationale Supérieure d’Art de Nice) e Mestre em Poéticas Visuais pela ECA-USP. Verteu para o português o livro de Pascal Quignard Da imagem que falta aos nossos dias (Zazie Edições, 2018), o ensaio do artista Eric Baudelaire “Potências do falso” (Revista Ars, 2018), e o poema Apaixonadamente (Dolce Stil Criollo, 2024), do poeta apátrida Ghérasim Luca. Teve seus trabalhos expostos no Museu de Arte Contemporânea da USP e na Casa do Povo em São Paulo, no Espace GRED e no La Chambre em Nice, na França, entre outros.
Veja também
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