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Proust e os signos
Gilles Deleuze
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A obra fundamental de Marcel Proust, Em busca do tempo perdido, nunca deixou de interrogar o filósofo Gilles Deleuze. Em 1964 ele publicou Proust e os signos, com a primeira parte do livro que o leitor agora tem em mãos. Já nos anos 1970, após Diferença e repetição (1968) e a aventura de O anti-Édipo (1972), Deleuze voltou à obra-prima de Proust redigindo a segunda parte, intitulada “A máquina literária”, e o texto que conclui o volume, em que associa seu procedimento narrativo à construção de uma teia e a figura de seu narrador àquela da Aranha que se move ao menor sinal emitido pela presa. Com nova tradução de Roberto Machado, um dos grandes conhecedores de Deleuze no Brasil, este livro registra todo o percurso da leitura proustiana do filósofo francês que, no espaço de uma década, passou da decifração dos signos à sua intensa devoração. |
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As margens da ficção
Jacques Rancière
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Se, na idade moderna, a sociologia, a ciência política e outras formas de conhecimento tomaram para si a razão ficcional aristotélica, produzindo narrativas com começo, meio e fim, invertendo ao final as expectativas, a ficção moderna trilhou o caminho contrário e instaurou no centro da literatura aquilo que sempre esteve nas suas beiradas — os acontecimentos triviais, os seres humanos comuns e o momento qualquer que pode condensar uma vida inteira. Nos doze ensaios de As margens da ficção, Jacques Rancière, um dos principais nomes da filosofia francesa contemporânea, acompanha esse processo revolucionário inicialmente nas obras de Stendhal, Balzac, Flaubert, Proust e Rilke, passa pelas técnicas narrativas em O capital de Karl Marx, até chegar nos romances de Conrad, Sebald, Faulkner e Virginia Woolf, fechando com uma inspirada análise das Primeiras estórias de Guimarães Rosa. |
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Imagens apesar de tudo
Georges Didi-Huberman
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Em agosto de 1944, membros do Sonderkommando de Auschwitz conseguiram fotografar de forma clandestina parte do processo de gaseamento a que eram submetidos os judeus, operação que levou à morte milhões de pessoas. Trazidas à luz numa grande exposição sobre a memória dos campos em 2001, essas quatro imagens tornaram-se o centro de uma polêmica que opôs, de um lado, aqueles que eram contra qualquer tipo de representação do Holocausto e, de outro, os que defendiam a importância vital de todo registro, entre eles, o autor deste livro. Em Imagens apesar de tudo, Didi-Huberman faz uma defesa apaixonada da imagem como forma de resistência, quando se furta à ordem dominante e, longe de se assumir como imagem absoluta, capaz de dizer toda a verdade, se apresenta fulgurante e lacunar, abrindo brechas em meio à obscuridade e ao horror. |
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