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Por que são tão lindos os cavalos?
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Julieta Correa
208 p. - 15 x 22,5 cm
ISBN 978-65-5525-260-6
2025
- 1ª edição
Publicado na Argentina em 2024, o primeiro livro de Julieta Correa nasce no exato ponto em que opostos ou alternativas, em vez de divergir, convergem: memória e romance, fato médico e ficção literária, perda e presença, luto e humor. A essas confluências vem se somar mais uma, entre os diários da mãe e as anotações escritas pela filha. A mãe é Sari, mulher de espírito e de letras, às voltas com uma moléstia sem nome que vai fazendo tabula rasa de suas faculdades, de sua verve, de sua voz. A filha é a autora de Por que são tão lindos os cavalos?, às voltas com o emprego, a pandemia, o confinamento e, cada vez mais, os sintomas, as consultas, os lapsos e os silêncios de Sari.
Sem pressa nem plano, Por que são tão lindos os cavalos? parece ir tomando forma diante dos olhos de quem o lê. Mas nada aqui — nem a crônica da demência e da pandemia, nem as vinhetas da vida de bairro ou os verbetes do “léxico familiar” — se faz a esmo. Aos poucos, vai se impondo à autora a suspeita de que a doença tanto apaga como revela. Revela o teor humano de quem padece e, no caso de Sari, traz à luz a suspeita tantas vezes registrada em seus diários quanto ao caráter efêmero e fugidio da experiência humana, na raiz de sua tragédia e de sua beleza.
Texto orelha
Esta é a história de uma mãe e uma filha. A história de Sari (nunca Sara, por favor!), da demência e do fulgor da perda. Sem lugar para a autocompaixão, a filha de Sari registra o momento em que a cabeça de sua mãe se desorganiza e perde as palavras, ao mesmo tempo em que vai armando o relato que Sari não deixou de contar e que, tragicamente, não pôde contar até o fim. A narradora anota uma lembrança que não é sua, uma frase engraçada, trechos de um diário, uma cena de bairro, disparates; junta-os e os remonta como uma colagem, como a colagem em que sua mãe se transformou. Por que são tão lindos os cavalos? pode ser um romance romântico sobre as palavras, um manual de instruções para acreditar nos dias que passam e também a biografia de Sari. Em uma época em que o luto é protagonista de tantos relatos, Julieta Correa nos traz um livro sobre a vida.
Sofía de la Vega
Sobre a autora
Julieta Correa nasceu em Buenos Aires, em 1989. Estudou edição na Universidad de Buenos Aires e gestão cultural na Universidad de San Andrés, igualmente em sua cidade natal. Fez carreira em comunicação cultural e trabalha atualmente no Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba). Publicado na Argentina em 2024, Por que são tão lindos os cavalos? é seu primeiro livro.
Sobre a tradutora
Mirella Carnicelli nasceu em São Paulo, em 1985. Formou-se em comunicação social pela ESPM e fez estudos de pós-graduação em economia comportamental na FGV e psicologia social na Fundação Escola de Sociologia e Política. Trabalhou em desenvolvimento de projetos jornalísticos nos escritórios brasileiros da agência Reuters e do The Wall Street Journal; desde 2015, é executiva do The New York Times para a América do Sul. Esta é sua primeira tradução, dedicada à memória de sua mãe.
Veja também
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