Patrick Chamoiseau, nascido em 1953 em Fort-de-France, Martinica, é uma das vozes mais importantes da literatura caribenha. Graduado em Direito e Economia, exerceu a função de educador social na França e depois na Martinica. Interessado por etnografia, ele se debruça sobre a formas culturais em vias de desaparecimento de sua ilha natal, mas também sobre o dinamismo de sua língua materna, o crioulo. Em 1986, publica seu primeiro romance, Chronique des sept misères, vencedor dos prêmios Loys Masson e Kléber-Haedens, e dois anos depois, Solibo Magnifique. Em 1989, juntamente com Jean Bernabé e Raphaël Confiant, escreve o influente manifesto Éloge de la créolité, inspirado nas teorias da negritude de Sédar Senghor e Aimé Césaire, em que reivindica uma identidade caribenha pautada na mestiçagem cultural. Desde então, assinou diversos ensaios, notadamente Lettres créoles (1999), com Raphaël Confiant, e L’intraitable beauté du monde (2009), com Édouard Glissant. Em 1992 recebe o prestigioso prêmio Goncourt pelo romance Texaco, nome de um bairro negro em Fort-de-France. Mais recentemente lançou Contes des sages créoles (2018), os ensaios de Le conteur, la nuit et le panier (2021), o manifesto poético Frères migrants (2017) e o atualíssimo Que peut Littérature quand elle ne peut? (2025), em que faz uma aposta no poder da literatura em acolher a alteridade e construir relações num mundo cada vez mais polarizado e opressor.  |