Beatriz Bracher
144 p. - 12 x 21 cm
ISBN 978-85-7326-416-6
2009
- 1ª edição
Edição conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Meu amor, primeiro livro de contos de Beatriz Bracher, reúne dezoito narrativas breves da autora, mais um poema, "My Love", que encerra o volume e lhe empresta o título. Escritos e reescritos entre 2004 e 2008, esses textos, à primeira vista muito díspares, são intimamente ligados por um olhar crítico e ao mesmo tempo amoroso sobre a fragilidade da vida no Brasil contemporâneo. Ora é uma subjetividade dolorida e sutil que aflora e nos toca; ora é a violência urbana que explode sem disfarces na cara do leitor; ora são personagens do sertão mineiro que se mostram com suas contradições, sem concessões ao pitoresco.
É justamente essa variedade um dos pontos fortes do livro, que prova o arrojo com que Beatriz experimenta e questiona os limites que separam não apenas os gêneros literários, mas também os territórios do urbano e do rural no imaginário literário brasileiro. Isto sem resvalar num regionalismo anacrônico nem no realismo jornalístico, deixando sempre a porta aberta para o inesperado, a sugestiva poesia do cotidiano, por vezes crua, por vezes diáfana.
Se o romance vence por pontos e o conto por nocaute, como queria o argentino Julio Cortázar, Meu amor vence das duas maneiras ao mesmo tempo. É que no jogo de encaixe e desencaixe desses contos se entremostra uma outra história: a do Brasil de hoje.
Sobre a autora
Beatriz Bracher nasceu em São Paulo, em 1961. Formada em Letras, foi uma das editoras da revista de literatura e filosofia 34 Letras, entre 1988 e 1991, e uma das fundadoras da Editora 34, onde trabalhou de 1992 a 2000. Em 2002 publicou, pela editora 7 Letras, Azul e dura, seu primeiro romance (reeditado pela Editora 34 em 2010), seguido de Não falei (2004), Antônio (2007), os livros de contos Meu amor (2009) e Garimpo (2013), e o romance Anatomia do Paraíso (2015), todos pela Editora 34. Escreveu com Sérgio Bianchi o argumento do filme Cronicamente inviável (2000) e o roteiro do longa-metragem Os inquilinos (2009), prêmio de melhor roteiro no Festival do Rio 2009. Com Karim Aïnouz escreveu o roteiro de seu filme O abismo prateado (2011). O romance Antônio obteve em 2008 o Prêmio Jabuti (3º lugar), o Prêmio Portugal Telecom (2º lugar) e foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura. Meu amor recebeu o Prêmio Clarice Lispector, da Fundação Biblioteca Nacional, como melhor livro de contos de 2009. Garimpo venceu o Prêmio APCA na categoria Contos/Crônicas em 2013 e recebeu menção honrosa no Prêmio Casa de las Américas, de Cuba, em 2015. Antônio foi publicado no Uruguai (Montevidéu, Yaugurú) e na Alemanha (Berlim, Assoziation A) em 2013, e a mesma editora alemã publicou Não falei em 2015 (Die Verdächtigung).
Veja também
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