Ilê Aiyê:
a fábrica do mundo afro
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Michel Agier
Posfácio de Antonio Sérgio Alfredo Guimarães
Fotografias de Milton Guran
176 p. - 16 x 23 cm
ISBN 978-65-5525-198-2
2024
- 1ª edição
No final de 1974, um grupo de jovens de Salvador distribui pelas ruas o panfleto de um novo bloco carnavalesco, com uma foto de três negros numa rua de Lagos, na Nigéria, e os dizeres “Nós somos os africanos na Bahia”. Surgia assim o Ilê Aiyê: mais do que um bloco de carnaval, um movimento cultural e social que seria responsável não só pela reinvenção do carnaval da Bahia, mas por lançar um novo olhar sobre as relações raciais no Brasil.
Em Ilê Aiyê: a fábrica do mundo afro, o antropólogo francês Michel Agier, professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris, investiga os múltiplos significados dessa frase e desse carnaval que deslocavam tanto o imaginário do que era a África como do que era então a cidade de Salvador. Com base numa intensa pesquisa, realizada ao longo de várias décadas, o autor analisa as condições que deram origem e viabilidade ao movimento, situando-as no contexto dos debates sobre raça, cultura e modernidade em nosso país, ao mesmo tempo em que acompanha de perto os cinquenta anos de existência do Ilê.
Enriquecido pelas reflexões de Antonio Sérgio Alfredo Guimarães, no posfácio, e 35 fotografias de Milton Guran — elas próprias um documento antropológico de excepcional qualidade estética —, o resultado é um livro vivíssimo, que diz respeito não apenas à cultura afro-baiana, mas interroga também o devir de outras culturas diaspóricas ao redor do globo.
Sobre o autor
Michel Agier é antropólogo, directeur d’études na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), em Paris, onde é membro do Centre d’Étude des Mouvements Sociaux (CEMS) e directeur de recherche émérite no Institut de Recherche pour le Développement (IRD). Após realizar pesquisas de antropologia urbana sobre mobilidade social e etnicização em Togo e Camarões, na África, desenvolveu no Brasil pesquisas sobre relações raciais e dinâmicas culturais afro, com particular interesse nos ritos carnavalescos e no bloco Ilê Aiyê. Publicou diversos trabalhos em francês sobre esses temas, traduzidos para várias línguas (inglês, italiano, espanhol, alemão, sérvio e japonês). No Brasil, publicou os livros Encontros etnográficos: interação, contexto, comparação (2015) e Antropologia da cidade: lugares, situações, movimento (2018).
Raquel Camargo nasceu em João Pessoa, em 1987, e vive em São Paulo, onde trabalha como tradutora e editora. É doutora em Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês pela Universidade de São Paulo, com estágio doutoral na Universidade Paris-Sorbonne (Paris-IV). Suas pesquisas versam sobre literatura africana francófona e literatura contemporânea francesa, tendo traduzido no Brasil autores como Abdellah Taïa, Scholastique Mukasonga, David Diop, Frantz Fanon, Françoise Vergès, Monique Wittig, Pauline Delabroy-Allard, entre outros.
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